Imposto de 50% em produtos brasileiros pode prejudicar severamente parte das exportações oriundas de Santa Catarina, de acordo com a Fiesc.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) expressa preocupação com a taxação em 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. A entidade avalia que a nova tarifa vai prejudicar gravemente as empresas do país, especialmente as de Santa Catarina. O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, defende que a diplomacia brasileira mantenha as negociações para evitar o agravamento da situação e o possível cancelamento de investimentos. Ele argumenta que é necessário trabalhar com serenidade pela melhor solução e considerando os interesses do Brasil.
Segundo a federação, a medida precisa ser analisada sob três aspectos: o primeiro ponto é de que os EUA têm um superávit comercial com o Brasil, portanto, na ótica econômica, a tarifa é injustificável. O segundo aspecto é de que os Estados Unidos deveriam respeitar as decisões soberanas do Brasil, sejam elas certas ou erradas. O terceiro aspecto aponta que o desalinhamento diplomático do Brasil com os Estados Unidos contribuiu para a decisão, o que reforça a necessidade de um posicionamento mais neutro do Itamaraty em questões internacionais.
Embora não se tenha detalhes sobre a medida, a perspectiva de taxação deixa a indústria em alerta. “A implementação da tarifa anunciada nesta quarta, de 50%, compromete a competitividade dos produtos catarinenses, uma vez que países concorrentes em setores relevantes para a pauta exportadora de SC podem ser submetidos a taxas bem inferiores”, frisa Aguiar.
A tarifa compromete a competitividade dos produtos de Santa Catarina, que é o principal destino das exportações do estado, com um volume de US$1,74 bilhão em produtos manufaturados no último ano.